Cândido Portinari

04/07/2014 00:17

  

 

    Seu nome era Cândido Torquato Portinari, nasceu no dia 29 de dezembro de 1903 numa fazenda no interior do estado de São Paulo e seus pais eram imigrantes italianos, Giovan Battista Portinari seu pai e Domenica Torquato Portinari sua mãe.

    Em sua trajetória estudou na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro; visitou muitos países entre eles a Espanha, a França e a Itália onde finalizou seus estudos.

    No ano de 1935 recebeu uma premiação em Nova Iorque por sua obra "Café" e deste momento em diante sua obra passou a ser mundialmente conhecida.

    Destacam-se entre sua obras "A Primeira Missa no Brasil", "São Francisco de Assis" e "Tiradentes" e os mais famosos são seu auto-retrato, o retrato de sua mãe e do famoso escritor brasileiro Mario de Andrade.

    Faleceu no dia 6 de fevereiro de 1962 por intoxicação causada por elementos químicos presentes em certas tintas.

 

Retrato de Mario de Andrade feito por Cândido Portinari

 

Trajetória

 

    Cândido Portinari já exibia seu talento logo na adolescência. Aos 14 anos, o artista fora recrutado como ajudante por um grupo de pintores e escultores italianos que atuavam na restauração de igrejas quando estes passavam pela região de Brodowski. Aos 15 anos deixa a região de São Paulo para ingressar e estudar na Escola Nacional de Belas Artes na cidade do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro e aos dezoito vende seu primeiro quadro chamado "Um Baile no Campo". No ano seguinte em 1922 recebe seu primeiro prêmio, a medalha de bronze do Salão de Belas Artes.

 

 

 

   

O mestiço - quadro de Cândido Portinari

 

    Nos mesmos anos 20, Cândido foi colega de Zélia Salgado na Escola Nacional de Belas Artes e almejava ganhar a medalha de ouro do Salão da Escola Nacional de Belas Artes. Nos anos de 1926 e 1927, Cândido conseguiu destaque mas não venceu. A medalha de ouro finalmente foi conquistada em 1928 onde o artista apresentou a contragosto uma pintura acadêmica e ganha também uma viagem para a Europa. Zélia utilizou-se da mesma tática em 1930, numa escultura tradicional - "horrorosa", segundo ela - para ganhar o prêmio e ir a Paris. Sobre o colega Portinari, Zélia dizia que era evidente seu domínio sobre a pintura e como ela, ele procurava se libertar da arte tradicional e buscar seu caminho tornando-se o pintor brasileiro mais conhecido no mundo. Em 1924, Portinari desenha o retrato de Zélia (carvão sobre o papel). A obra se encontra no Museu de Arte Brasileira na Fundação Armando Álvares Penteado em São Paulo, SP.

https://zeliasalgado.art.br/wp-content/uploads/2012/12/Retrato-de-Z%C3%A9lia-Salgado-Candido-Portinari1.jpg

Retrato de Zélia Salgado feito por Cândido Portinari em 1924

 

    Cândido viveu em Paris por dois anos e lá teve contato com outros artistas como Van Dongem e Othon Friez, além de conhecer Maria Martinelli, uma uruguaia de 19 anos com quem o artista passaria o resto de sua vida. Portinari volta ao Brasil em 1931 renovado e muda a estética de sua obra dando mais cores às pinturas. No ano de 1933, faz seu primeiro mural na casa de sua família. 

    No ano de 1935, o pintor recebe uma premiação em Nova Iorque por sua obra "Café". Deste momento em diante a obra passou a ser mundialmente conhecida. Em 1940, a Universidade de Chicago nos Estados Unidos publica o primeiro livro sobre Portinari: "Portinari, his Life and Art" (Portinari, sua vida e sua arte).

https://outraspalavras.net/outrasmidias/wp-content/uploads/2013/07/130724-portinari.jpg

Café, 1935 de Cândido Portinari. Óleo sobre tela, 1,30 x 1,95 m. Musel Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Menção honrosa na Exposição Internacional do Instituto Carnegie.

 

    Em 1939, executa 3 grandes paineis para o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova Iorque e o Museu de Arte Moderna adquire sua tela "Morro". Em 1941, Portinari executou 4 grandes murais na Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington, EUA com temas referentes a histórias latino-americanas.

Morro, 1933 de Cândido Portinari. Óleo sobre tela. Musel de Arte Moderna, Nova Iorque.

 

    No dia 16 de maio de 1943 foi inaugurada a Igreja de São Francisco de Assis na Pampulha em Belo Horizonte, Minas Gerais. O seu surgimento foi um marco da parceria entre o então prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubitschek, o engenheiro calculista Joaquim Cardoso, do escultor Alfredo Caschiatti, o arquiteto paisagista Burle Marx, do arquiteto Oscar Niemeyer e do artista plástico Cândido Portinari. O projeto arquitetônico da igreja foi feito por Oscar Niemeyer. O interior da igreja abriga a Via Sacra constituida por 14 paineis de Portinari. Os paineis externos também são de Cândido Portinari.

    Em 1947, Portinari expôs no salão Penser, de Buenos Aires (Argentina) e nos salões da Comissão Nacional de Belas Artes de Montevidéu (Uruguai) e recebeu homenagens de grandes personalidades tais como artistas, intelectuais e autoridades da Argentina e do Uruguai. Em 1948, exilou-se no Uruguai por motivos políticos onde pintou o painel "A Primeira Missa no Brasil" encomendado pelo Banco Boa Vista do Brasil. O pintor também foi participante na política tanto que em 1945 candidatou-se a deputado federal pelo PCB e em 1947 candidatou-se a senador no qual aparecia em todas as sondagens como vencedor mas perdeu por uma pequena quantidade de votos. Suspeitou-se então de fraude devido ao cerco dos membros do Partido Comunista Brasileiro.

 

 

Igreja da Pampulha

 

 

 

A Crucificação, 1945. Igreja da Pampulha, Belo horizonte

 

    Em 1955, Portinari recebeu a medalha de ouro concedida pelo Internacional Fine-Arts Concil de Nova Iorque como o melhor pintor do ano. Em 1956, viajou a Israel a convite do governo do país expondo em vários museus e executando desenhos inspirados no recém-nascido estado israelense e expostos posteriormente em Bolonha (Itália), Lima (Peru), Buenos Aires (Argentina) e no Rio de Janeiro. No mesmo ano, Portinari recebeu o Prêmio Guggenheim do Brasil e em 1957 a Menção Honrosa no Concurso Internacional de Aquarela do Hallmark Art Award de Nova Iorque. Na década de 50, o pintor realizou várias exposições internacionais.

    Expôs em Paris e Munique (Alemanha) em 1957 e foi o único artista brasileiro a participar da exposição 50 Anos de Arte Moderna, no Palais das Beaux Arts, em Bruxelas (Bélgica). Como convidado de honra, expôs 39 obras em sala especial na 1ª Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México em 1958. Neste mesmo ano, expôs em Buenos Aires e em 1959 na galeria Wildenstein de Nova Iorque e juntamente com outros artistas americanos como Tamayo, Cuevas, Matta, Orozco, Rivera. Participou também da exposição Coleção de Arte Interamericana do Museu de Belas Artes de Caracas (Venezuela). Durante sua carreira, Portinari realizou diversas exposições internacionais levando sua arte ao mundo inteiro.

 

A Morte

 

    Portinari viajava com muita frequencia com exposições nos Estados Unidos, Europa e Israel, desobedecendo ordens médicas. Derepente, o pintor começa a sofrer intoxicação por causa das tintas que utilizava em seus trabalhos e aos poucos a intoxicação começava a tomar proporções fatais.

    Portinari preparava uma grande exposição a convite da Prefeitura de Milão (Itália) quando no dia 6 de fevereiro de 1962 faleceu vítima de intoxicação pelas tinats que utilizava em seus trabalhos.

 

Conclusão

 

    Um artista de grande expressão artística jamais pode ser esquecido e assim acontece com Cândido Portinari. Desde as pinturas na Igreja da Pampulha em Belo Horizonte até os quadros "Café", "Morro", "Primeira Missa no Brasil" entre outros, Portinari foi deixando a sua marca como artista frenético.

    Com suas várias exposições internacionais, o artista não se remeteu a deixar sua arte somente no Brasil mas a expandiu em várias partes do mundo.

 

Retrato do compositor Carlos Gomes. Foi o primeiro desenho de Portinari e ele tinha onze anos quando o fez.

 

 

https://www.acervodearte.com.br/acervo/mini.php?gd=2& data-cke-saved-src=fotos/96f8ff97c339dddfd7cc64ac6568ef7c.jpg&maxw=245 src=fotos/96f8ff97c339dddfd7cc64ac6568ef7c.jpg&maxw=245

Retrato de Olegário Mariano. Com este quadro, Portinari ganhou o prêmio viagem para a Europa, 1928.

 

 

A Primeira Missa de Cândido Portinari

 

 

São Francisco de Assis de Cândido Portinari